
Emigrante…
O drama começa no pensamento,
Quando se tem de ir ao descobrimento,
Ao encontro do perdido,
Em conquista do desconhecido…
Emigrante que partiste,
Com teu semblante triste…
À procura do sonho teu,
Que teu país não te ofereceu…
Castelos de sonhos que perduram,
Com muralhas de ilusões…
Emigrante a alcunha que te votaram,
As tragédias e as descriminações,
Corroem anos de existência
E te aniquilando lentamente,
E ter de suportar esse título tão honradamente.
Com fé dor e paciência…
Emigrante que serás forasteiro,
Sempre em casa do alheio,
Ter que comer o pão que Satanás amassou,
Esquecer o país que para trás ficou,
Para que a saudade não te vença,
Para que no futuro tenhas a recompensa…
Tu rumaste para terras de França,
Canadá ou Alemanha,
Portugal sempre na lembrança,
Mesmo que estejas na vizinha Espanha…
As músicas portuguesas a todo o tempo,
Com as férias já em planeamento,
Se sente a emoção nos corações,
é este o teu estado natural,
Misturando todas as sensações,
Com a fome de terra de Portugal…
Emigrante tuas férias chegaram,
A tua família em pensamento,
Pede a Deus que te leve em salvamento,
Para que na viajem não haja uma desilusão
A noite cai e o medo aperta,
O cansaço chega e cuidado em alerta,
O desejo de chegar faz despertar,
Para os parentes e amigos abraçar…
Os kilómetros tens de vencer,
Com o coração bastante apertado,
Agora o estrangeiro vais esquecer,
Filho de Portugal abençoado…
As sardinhas assadas e bom vinho,
E o bacalhau acompanhado com grão,
Os rojões à moda do Minho,
E o cozido à portuguesa ora pois então…
Tudo isto tinhas saudades,
Até mesmo do Mar, da Serra, e Cidades,
Deste pequeno mas acolhedor país,
Que neste mês de férias te faz feliz…
Emigrante português,
Volta sempre à tua nação,
Tantos dias de trabalho e um mês,
Para as patuscadas e animação…