domingo, janeiro 18

Domingo à tarde...

Que vou eu fazer,
neste dia de Janeiro,
lá fora preciste em chover,
e eu aqui sentado no braseiro,
se quero e posso,
sentado com o cú no mocho,
esperando que o tempo mude,
que a chuma deixe de ser rude,
para poder ir lá fora,
naquela mesma hora,
poder ir desfilar nas poças de água,
e esquecer minha magua.
Estou aqui exilado,
Em minha casa fechado,
Todo eu desorientado,
com o olhar na janela,
E a chuva que bate nela,
Ping, ping,ping,
E nunca mais tem fim.
O vento sacode a goteira,
Parece que ela vem pra minha beira,
Mas não quero a sua companhia,
Quero sim um melhor dia…
Vivo eu aqui neste tormento,
Usufruindo do meu aquecimento,
Com o tal cú no mocho,
entrando num profundo desgosto,
Bendo como o lume arde,
Neste domingo de tarde…
Que vou eu fazer neste dia,
Num dia de inferno,
Desta tarde de inverno,
que preciste com sua companhia.
Vou vestir meu impermeável,
Para me fazer chegar sem molhar,
ao meu pobre automóvel,
Que ao shoping me vai levar…
Muita gente lá existe…
Como eu assim triste…
Sem saber que raio há-de ver…
Sem saber para onde ir…
Num domingo que acordou a chover.
Como eu muita gente,
A delirar com o mesmo tormento,
àprocura de uma saída urgente,
que a chuva descance um momento.
E ocorre no meu pensamento,
Aquele pequeno escrito,
Na qual por mim vai ser dito…
“Bate leve, levemente,
Como quem chama por mim…
será chuva, será gente,
Gente não é certamente…
E a chuva não bate assim”.

Ao contrário de muitos poetas e de pessoas que da escrita fazem sua vida e necessitam de algo com algum teor alcoolico e necessitei de uma tarde de chuva para trascrever o que me ocorria enquanto ouvia o ping... ping... da chuva na janela e na vedação da chaminé...

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