quinta-feira, janeiro 29

DEFINIÇÃO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (A.V.C.)

A expressão AVC refere-se a um complexo de sintomas de deficiência neurológica, durando pelo menos vinte e quatro horas e resultantes de lesões cerebrais
provocadas por alterações da irrigação sanguínea.

Estas lesões cerebrais são provocadas por um enfarte, devido a isquémia ou hemorragia, de que resulta o comprometimento da função cerebral. Este acontecimento
pode ocorrer de forma ictiforme (súbito), devido à presença de factores de risco vascular ou por defeito neurológico focal (aneurisma).

A presença de danos nas funções neurológicas originam déficits a nível das funções motoras, sensoriais, comportamentais, perceptivas e da linguagem.
Os déficits motores são caracterizados por paralisias completas (hemiplegia) ou parciais/ incompletas (hemiparésia) no hemicorpo oposto ao local da lesão
que ocorreu no cérebro.

A localização e extensão exactas da lesão provocada pelo AVC determinam o quadro neurológico apresentado por cada utente e, o seu aparecimento é normalmente
repentino, oscilando entre leves ou graves, podendo ser temporários ou permanentes.

Incidência

Embora a incidência da doença vascular cerebral tenha vindo a diminuir nos últimos 25 anos, e se tenham registado na ultima década progressos assinaláveis
em relação às doenças cerebrovasculares, estas continuam a colocar Portugal nos últimos lugares em relação aos outros países da Europa (Direcção Geral
da Saúde , 1997 e Ministério da Saúde, 1998).

Segundo dados estatísticos do Ministério da Saúde, no ano de 1994, Portugal ocupou o último lugar relativamente a catorze países da União Europeia com o
valor mais elevado de mortalidade por doenças cerebrovasculares, sendo a sua incidência de 300-400 casos/ 100 000 por ano.

Prevalência

Esta vai depender de múltiplos factores, nomeadamente da capacidade de resposta de reabilitação na fase subaguda.

Não existe numero fidedigno em Portugal.

Factores de risco vascular

Os factores de risco aumentam a probabilidade de um acidente vascular cerebral, mas, muitos deles, podem atenuar-se com tratamento médico ou mudança nos
estilo de vida.

Os principais factores de risco de AVC são, a arteriosclerose, a hipertensão arterial, o tabagismo, o colesterol elevado (dislipidémia), o Diabetes Mellitus,
a obesidade, doenças das válvulas e arritmias cardíacas, dilatações do coração como na doença de Chagas, a hereditariedade, sedentarismo, o uso de anticoncepcionais
orais e a idade (a probabilidade de ocorrência de AVC aumenta com a idade) .

Existem outras causas menos frequentes de AVC como doenças inflamatórias das artérias, alguns tipos de reumatismo, uso de drogas como a cocaína, doenças
do sangue e da coagulação sanguínea.

Finalmente, a presença de Acidentes Isquémicos Transitórios (AIT’s) é um factor de risco extremamente importante visto que cerca de 1/3 dos indivíduos que
sofrem AIT,s acabarão por sofrer um AVC dentro de cinco anos (Toole, 1979).

Quanto maior for o número de factores de riscos identificados no indivíduo, maior será a probabilidade de ocorrência de AVC.

Fisiopatologia

O tecido nervoso é desprovido de reservas sendo totalmente dependente do aporte circulatório, pois é graças a este que as células nervosas se mantém activas,
sendo o seu metabolismo depende de oxigénio e glicose. A interrupção deste aporte numa determinada área do cérebro tem por consequência uma diminuição
ou paragem da actividade funcional dessa área.

Se a interrupção do aporte circulatório for inferior a 3 minutos, a alteração é reversível; se esse prazo ultrapassar os 3 minutos, a alteração funcional
poderá ser irreversível, originando necrose do tecido nervoso.

O AVC pode ser causado por dois mecanismos diferentes: oclusão de um vaso provocando isquémia e enfarte do território dependente desse vaso ou ruptura vascular
originando uma hemorragia intracraniana. Qualquer destes dois grandes grupos pode ser ainda dividido em subgrupos distintos; a obstrução vascular pode
ser devida a doença local da parede do vaso, dando origem à formação de um trombo, ou a um embolo originado num ponto mais distante da rede vascular e
que, entrando na circulação, vai alojar-se num vaso são e provocar a sua oclusão. Em qualquer dos casos o resultado é a formação de uma zona de enfarte.


As hemorragias podem dever-se igualmente a dois mecanismos: ruptura de uma mal formação vascular (aneurisma ou angioma), ou ruptura de uma artéria intracerebral
de pequeno calibre como resultado de arteriosclerose. A ruptura de um aneurisma dá-se no espaço subaracnóideu, provocando uma hemorragia meníngea, enquanto
que as outras origens condicionam habitualmente uma hemorragia intracerebral.

Vamos a ter respeito por esta doença que deixa sempre sequelas,e por vezes nunca mais voltamos a ser quem era-mos...

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